terça-feira, 27 de outubro de 2009

Balangandãs, barangandãs, berenguendéns: misticismo em adorno

Penca de balangandã
Jóia Escrava
O Balangandã é um objeto de significado ritual religioso afrodescendente, confeccionado em prata e outros materiais encastoados desse metal. Os balangandãs são frutas, figas, moedas, contas de louça, dentes de animais, reunidos em uma peça de prata chamada nave. As pencas de balangandãs integraram as roupas tradicionais de crioula na Bahia do século XIX.
Palavra de origem onomatopaica sugerido pelo chocalhar dos enfeites, Luís Câmara Cascudo nos informa que Beaurepaire Rohan já o registrara no seu Dicionário de vocábulos brasileiros, e Gilberto Freire, em seu Casa grande e senzala, fala que, ao tempo da escravatura, segundo Agostinho Marques Perdigão Malheiro, vestiam-se nossas senhoras à baiana, com tetéias, barangandãs, corações, cavalinhos, cachorrinhos e correntes de ouro.
Alguns historiadores indicam seu surgimento na Bahia. São miniaturas de objetos, sinais e símbolos originalmente confeccionados em metal, normalmente ouro ou prata. Entre eles encontramos a figa, espada, animais, búzios e frutas, reunidos em uma argola também metálica. Seu nome, Balangandã, imita o som que produziam quando eram agitados pelos movimentos do corpo de quem os usava.
Conheça os amuletos da penca de Balangandãs original, usada pelas negras:
· Corrente: símbolo da escravidão. afasta mau olhado e doenças.
· Pão de Angola: símbolo da longevidade.
· Pomba: símbolo dos santos martires e devoção cristã.
· Romã: símbolo do gênero humano e fecundidade.
· Ferradura: símbolo da felicidade e sorte.
· Cabaça: Cosme e Damião - Usado para guardar água pelos escravos.
· Sol: Oxumaré - Deus do arco-íris e chuvas.
· Lua, Arco e Flexa: Oxóssi - Deus das florestas e da caça, São Jorge.
. Caranguejo: Omolú - Deus do Sofrimento.
· Espada: Iansã - Deusa dos raios, ventos e tempestades.
· Caju ou Machado duplo: Xangô - Deus do raio, trovão, fogo e justiça.
· Peixe: Yemanjá - Deusa das águas salgadas.
· Cajado: Oxalá - Deus do ar,céu, rios e montanhas.
· Uvas ou Leque: Oxum - Deus das águas doces, fontes e cachoeiras.

Negras escravas os usavam amarrados à cintura em dias de festa.
Acredita-se que negros vindos da região do Islã foram os responsáveis pela produção desses ornamentos, eles conheciam técnicas de fundição e trabalho dos metais. Escravos vindos dessas regiões chegaram em grandes quantidades à Bahia.
Diz-se que os Balangandãs afastam o mau-olhado e forças negativas.

5 comentários:

  1. Olá, Claudio!
    Participei fde um curso de contação de história no Museu do Paço -RJ e o prof. falou sobre a origem do Balangandã: disse que surgiu em antigas tribos africanas como instrumento de contação de história, as mulheres se reuniam para falar sobre seus sonhos e anceios em relação aos homens , diferentes geraçãoes participavam da roda. Antes da fala, cada uma tinha que girar o balangandã , junto com o movimento dos quadris.O balangandã masculino era composto por correntes, navalhas e pontas de facas , bem parecido com a marimba de hoje.Você conhece a origem dessa história?

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    1. Klaudia,

      achei interessante a informação dada por seu professor sobre o balangandã. Você poderia compartilhar conosco mais sobre essa explanação ?

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    2. ola klaudia boa noite gostei muito do seu relatorio vamos dizer bom eu tenho 14 anos e estou estudando a penca de balagandâ bom a senhorita me ajudou muito e vim aqui lhes agradecer pela sua ajuda muito obrigado a senhora e ao dono desse site bom agora quando eu for tirar minhas duvidas ja sei o site perfeito obrigado gente. aaaaaaaa mas uma coisa gostaria de saber qual o significado dos elementos do balagandã por favor me ajuda nesa klaudia bom sei que faz muito tempo mas sei que voces ou senhores e senhoras estaõ ativos,
      prazer em ajudar algum de voces um dia meu nome e luis

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    3. Olá Klaudia,
      Bom dia !!!
      É a primera vez que ouço essa história. Gostaria de saber mais sobre essa sua vivência , nome do professor , região da África onde aconteciam. Até hoje sabemos se tratar de una joia escrava amuleto e taöismã , originaria da Bahia oitocentista , mais precisamente em Salvador e Reconcavo baiano.

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