Pra comemorar apropriadamente o dia da consciência negra, uma excelente dica é o MUNCAB Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira . Fazia algum tempo que estávamos anciosos para conhecer o novo museu ,que se encontrava em processo de restauro e agora, abre suas portas com a Exposição " O Benin está vivo ainda lá - Ancestralidade e Contemporaneidade". O Museu fica localizado na Rua do Tesouro no Centro Histórico da cidade, ao lado da Igreja da Ajuda.
Segundo a museóloga Maria Célia o MUNCAB “Vai ser um museu da mistura, da diversidade, do passado e da contemporaneidade, que busca a musealização do patrimônio cultural dos afro-descendentes, envolvendo diferentes atores sociais” .
Segundo a museóloga Maria Célia o MUNCAB “Vai ser um museu da mistura, da diversidade, do passado e da contemporaneidade, que busca a musealização do patrimônio cultural dos afro-descendentes, envolvendo diferentes atores sociais” .
O Benin é hoje um pequenino país africano, mas foi um dia o reino de Daomé (ou também Costa dos Escravos). É impressionante como não conhecemos praticamente nada deste país, dada a sua importância para a nossa cultura: a maioria dos escravos que veio para o Brasil partiu de lá; comidas como o Acarajé, o Inhame e o Azeite-de-Dendê são do Benin; o Candomblé é derivado do Vodu, religião do país.
Curador da mostra Benin está vivo ainda lá, o artista plástico baiano Emanoel Araújo esteve no Benin em 2007 para selecionar as peças e conhecer seus autores pessoalmente. “Foi a mais sentimental das viagens da minha vida”, anotou no texto de apresentação do conjunto, acrescentando que fez uma ponte interminável entre passado e presente. Emanoel diz que reconheceu a Bahia muitas vezes no Benin: “Belas gentes com a mesma doçura de pele de veludo tingida de diferentes matizes de negros. Cidades de casas desarrumadas, de ruas desalinhadas, de arquitetura prestes a se transformar”.
Os pontos altos da exposição do Benin:
As emocionantes fotos em preto-e-branco de Pierre Verger.
Veja milhares de fotos do artista no site da Fundação Pierre Verger, entre elas as fotos de Dahomey (Daomé, hoje Benin)
As fotografias do fotógrafo Charles Placide, uma visão contemporânea sobre o vodu e as de Emanuel Araújo sobre o cotidiano do Benin nos nossos dias.
As fotografias do fotógrafo Charles Placide, uma visão contemporânea sobre o vodu e as de Emanuel Araújo sobre o cotidiano do Benin nos nossos dias.
A riqueza da arte ancestral que domina todo o térreo do Museu nos surpreendendo a cada instante da visita, são trajes rituais egungun , objetos de culto , máscaras gèlèdès, arte têxtil dos apliques , etc.
A arte em tecidos denominados apliqués beninenses.
A arte em tecidos denominados apliqués beninenses.
A instalação do artista beniense Aston. Vista do alto, a obra gigante mostra os navios negreiros repletos de escravos partindo da África. Ao olhar a obra de perto nos damos conta de que as centenas de personagens, navios, cavalos e tudo o mais são feitos de sucatas variadas, e percebemos a segunda intenção do artista: hoje somos escravos do consumismo.
Um diferencial da exposição é que ela será apresentada em meio ao canteiro de obras do Museu, que somente será inaugurado em 2010. “Queremos com isso mostrar que somos um museu em processo”, explica José Carlos Capinan, coordenador da Associação dos Amigos da Cultura Afro-Brasileira(Amafro), responsável pela processo de instalação do Muncab, instituição federal que conta com recursos do Ministério da Cultura, através da Fundação Palmares.
“Benin está vivo e ainda lá” é considerada o mais importante evento da arte beniense no mundo. São cerca de 300 trabalhos entre pinturas, esculturas, instalações, apliques e máscaras e que, juntos, convergem para quatro vertentes: o cotidiano, o sagrado, a arte e a ancestralidade e a contemporaneidade. Em cada um desses aspectos, sobressai a riqueza cultural do Benin, com seu universo plástico carregado de cores fortes e contrastantes.
Entre os artistas selecionados para a exposição, destaque para Cyprien Tokoudagba, o mais clássicos dos artistas benienses, cujas esculturas e pinturas podem ser vistas espalhadas pela cidade sagrada de Abomé.
Há também trabalhos de Dominique Zinkpè, pintor, escultor e instalador, cujas obras unem arcaísmo, ancestralidade e crítica social; de Tchif, que cria paisagens imaginárias ao dançar em cima da tela amassada; e de Aston, um construtor de objetos e instalações que vive numa casa-escultura criada por ele próprio.
“Benin está vivo e ainda lá” é considerada o mais importante evento da arte beniense no mundo. São cerca de 300 trabalhos entre pinturas, esculturas, instalações, apliques e máscaras e que, juntos, convergem para quatro vertentes: o cotidiano, o sagrado, a arte e a ancestralidade e a contemporaneidade. Em cada um desses aspectos, sobressai a riqueza cultural do Benin, com seu universo plástico carregado de cores fortes e contrastantes.
Entre os artistas selecionados para a exposição, destaque para Cyprien Tokoudagba, o mais clássicos dos artistas benienses, cujas esculturas e pinturas podem ser vistas espalhadas pela cidade sagrada de Abomé.
Há também trabalhos de Dominique Zinkpè, pintor, escultor e instalador, cujas obras unem arcaísmo, ancestralidade e crítica social; de Tchif, que cria paisagens imaginárias ao dançar em cima da tela amassada; e de Aston, um construtor de objetos e instalações que vive numa casa-escultura criada por ele próprio.
A exposição apresenta a África como um mosaico de etnias, culturas e línguas de imensa variedade. O Benin, com 110 mil quilômetros quadrados (menor que o estado do Acre), é habitado por 6,5 milhões de pessoas espalhados em 60 etnias e línguas. O país situa-se no Golfo de Benin, no oceano Atlântico.
Não deixe de visitar esta maravilhosa exposição, que será aberta quinta, às 19h, para convidados, ficando aberta para visitação até 3 de janeiro, de terça a domingo, das 10h às 17h, gratuito.
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