domingo, 15 de novembro de 2009

Indumentária da baiana

Ofício da Baiana de Acarajé

Umas das preciosidades do ofício da baianas de Acarajé
O registro do Ofício da Baiana de Acarajé reconhece todos saberes e fazeres tradicionais aplicados na produção e comercialização das chamadas comidas de baiana, feitas com dendê, com destaque para o acarajé. Desde sua origem africana, a produção e consumo das comidas das Baianas de Acarajé, ou Baianas de Tabuleiro, constituem práticas culturais reiteradas e atualizadas com a contribuição de outros grupos étnicos-culturais e profundamente enraizadas no cotidiano da população baiana.
O saber reconhecido como patrimônio cultural imaterial refere-se ao ofício da baiana em Salvador que teve início com a produção do acarajé, bolo de feijão fradinho frito no azeite de dendê. A técnica de feitura do acarajé representa um modo de fazer enraizado no cotidiano dos seus produtores, seja para uso religioso, alimento sagrado oferecido às divindades nos rituais do candomblé, seja para uso profano, comercializado nas ruas pelas baianas. Segundo pesquisadores, a partir da segunda metade do século passado, as Baianas de Acarajé passaram a ser mais reconhecidas e valorizadas nacionalmente, transformaram-se em ícones da cultura soteropolitana junto a outros aspectos da cultura imaterial, como o jogo da capoeira ou as festas de largo que complementam e vivificam a atmosfera colonial ainda possível de ser evocada em Salvador.
Ao mesmo tempo, passaram por uma ampla apropriação e re-significação cultural pelo mercado, que hoje apresenta riscos de descaracterização, domesticação cultural e homogeneização dessa prática. “Apresenta ainda o risco de uma limpeza de traços culturais indesejáveis pelos setores dominantes da sociedade, bem como a banalização consumista das comidas de baiana para sua aceitação como produto cultural, tal como ocorreu com o conjunto arquitetônico do Pelourinho, cuja preservação e valorização do conjunto histórico teve como conseqüência a expulsão de seus moradores, pequenos comerciantes e freqüentadores de menor poder aquisitivo, rompendo laços de sociabilidade e tradições culturais existentes e afetando sua capacidade de representar um lugar pelo de sentidos simbólicos”, informa o parecer para instituição do Ofício da Baiana de Acarajé.
O ofício das baianas é um saber tradicional enraizado no cotidiano dos soteropolitanos, profundamente vinculado aos grupos afro-brasileiros. Deve ser reconhecido não só por seu significado para a manutenção da diversidade cultural brasileira, mas pela iminência de descaracterização que hoje ameaça os ofícios tradicionais das baianas de Acarajé. O registro engloba os rituais envolvidos na produção do acarajé, na arrumação do tabuleiro e na preparação do lugar onde as baianas se instalam, além dos modos de fazer as comidas de baiana, com distinções referentes à oferta religiosa ou à venda nas ruas. Estão destacados o acarajé com seus recheios habituais, o abará, o acaçã, o bolinho de estudante, as cocadas, os bolos e mingaus; o uso de tabuleiro para venda das comidas; a comercialização informal em logradouros, feiras e festas de largo; o uso de indumentária própria das baianas, como marca distintiva de sua condição social e religiosa, presente especialmente nos panos da costa, nos turbantes, nos fios de contas e outras insígnias e, por fim, o uso do tabuleiro para venda de comidas.
Fonte: http://www.cultura.gov.br/



Acarajé

Acarajé, Akará ou Acarajé, é uma comida do ritual do Candomblé da orixá Iansã e uma das delícias da culinária afro-brasileira feito de massa de feijão-fradinho, cebola e sal, frito em azeite-de-dendê, podendo ser servido com pimenta, camarão seco, vatapá, caruru, salada, praticamente todas estas iguarias são pratos da cozinha baiana.
Na África, é chamado de àkàrà que significa bola de fogo, enquanto je possui o significado de comer. No Brasil foram reunidas as duas palavras numa só, acara-je, ou seja, “comer bola de fogo”. Devido ao Modo de Preparo o prato recebeu esse nome.
O acarajé, o principal atrativo no tabuleiro, é um bolinho característico do candomblé. Sua origem é explicada por um mito sobre a relação de Xangô com suas esposas, Oxum e Iansã. O bolinho se tornou, assim, uma oferenda a esses orixás. Mesmo ao ser vendido num contexto profano, o acarajé ainda é considerado, pelas baianas, como uma comida sagrada. Por isso, a sua receita, embora não seja secreta, não pode ser modificada e deve ser preparada apenas pelos filhos-de-santo.
O acarajé é feito com feijão-fradinho, que deve ser quebrado em um moinho em pedaços grandes e colocado de molho na água para soltar a casca. Após retirar toda a casca, passar novamente no moinho, desta vez deverá ficar uma massa bem fina. A essa massa acrescenta-se cebola ralada e um pouco de sal.
Esse primeiro acarajé sempre é oferecido a Exu pela primazia que tem no candomblé. Os seguintes são fritos normalmente e ofertados aos orixás para os quais estão sendo feitos.
O acará Oferecido ao orixá Iansã diante do seu Igba orixá é feito num tamanho de um prato de sobremesa na forma arredondada e ornado com nove ou sete camarões defumados, confirmando sua ligação com os odu odi e ossá no jogo do merindilogun, cercado de nove pequenos acarás, simbolizando “mensan orum” nove Planetas. (Orum-Aye, José Benistes).
O acará de xango tem uma forma Ovalar imitando o cágado que é seu animal preferido e cercado com seis ou doze pequenos acarás de igual formato, confirmando sua ligação com os odu Obará e êjilaxeborá.
O acarajé também é um prato típico da culinária baiana e um dos principais produtos vendidos no tabuleiro da baiana (nome dado ao recipiente usado pela baiana do acarajé para expor os alimentos), que são mais carregados no tempero e mais saborosos, diferentes de quando feitos para o orixá.
A forma de preparo é praticamente a mesma, a diferença está no modo de ser servido: ele pode ser cortado ao meio e recheado com vatapá, caruru, camarão refogado, pimenta e salada (feita com: tomate verde e vermelho mais coentro).O acarajé tem similaridade com o abará, difere-se apenas na maneira de cozer., o acarajé é frito, ao passo que o abará é cozido no vapor.
Fonte: Wikipédia

sábado, 14 de novembro de 2009

Memorial da Baiana do Acarajé


Memorial da Baiana do Acarajé, é um conjunto de espaços expositivos e de documentação com a finalidade de situar a tradição, a história e demais temas agregados ao ofício, registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural do Brasil, em 14 de janeiro de 2005, no Livro de Registro dos Saberes.
Composto por textos e fotografias, o livro reúne toda a história e a riqueza dos elementos que constituem o ofício. Com a publicação desse material o Iphan prossegue com o trabalho de ampla divulgação dos bens culturais registrados como patrimônio.
O memorial integra o Pontão de Cultura criado em 2008, por meio de convênio entre o Iphan e a Associação das Baianas de Acarajé, Mingaus e Receptivos (Abam) com a finalidade de fortalecer ações de salvaguarda do ofício.
A reformulação da área expositiva do memorial embasou o registro do ofício como patrimônio cultural e em outros projetos de apoio ao artesanato associado à imagem e ao trabalho da baiana de acarajé, como os fios-de-contas, pano-da-costa e a roupa de baiana, desenvolvidos pelo CNFCP.

Moda Créole: Paul Hervé Elisabeth


Paul Hervé é estilista nascido na Martinica, estará em Salvador em Abril e em Novembro de 2009 para os eventos de moda créole programados para o Ano da França no Brasil

Quais as semelhanças históricas e culturais entre Brasil e Martinica?
Embora a língua e o sistema político sejam totalmente diferentes hoje, a herança africana e a mestiçagem são semelhanças entre os povos da Martinica e do Brasil.
Esses pontos provêm de uma história comum marcada pela escravidão e pelos traços africanos provenientes do golfo da Guiné, dos povos mina, iorubá e fons.
Quando surgiu a moda créole e o que a caracteriza?
As regras do bem-vestir do século 17 e de toda a legislação destinada aos negros durante a escravidão na Martinica e em outras colônias francesas no Caribe impunham um comportamento rigoroso para os escravos, tanto os que trabalhavam no campo quanto aqueles “de casa”, o que provocou o aparecimento da saia, da anágua e da blusa. É a partir desses elementos que irá se constituir a moda créole.
O que há de comum entre a moda créole e a afro-brasileira?
Tanto a moda da Martinica quanto a afro-brasileira tiveram como ponto de partida as heranças do tempo da escravidão. Temos, por exemplo, a túnica, que veio dos vestidos amplos usados em casa pelas mulheres dos colonos do século 18. Em minha opinião, porém, o laço mais forte está na atitude, no corpo e na maneira de se portar com a roupa.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Moda Afro descendente aproxima Salvador da Martinica :Olhares sobre a Moda Créole


Uma exposição focada na cultura e no cotidiano dos habitantes da cidade de Le Lamentin, na Ilha da Martinica, colônia francesa localizada no Caribe, e um desfile de moda reunindo estilistas e designers de Salvador e da cidade martinicana marcaram a última quinta-feira dia 12 , o início do intercâmbio político, social e econômico envolvendo as prefeituras de Salvador e de Le Lamentin, promovido pela Assessoria Municipal de Relações Internacionais. A abertura solene ocorreu no final da tarde, no Centro Cultural da Câmara de Vereadores e foi seguida do desfile, na Praça Thomé de Souza, com apresentação das coleções dos estilistas e designers das duas cidades e encerrado com a apresentação da Banda Cortejo Afro.
O projeto, batizado de Olhares sobre a Moda Créole, busca aproximar as similaridades culturais, históricas e sociológicas entre a Bahia, o Brasil e a Martinica, cuja presença francesa e africana se confunde, e resultou de uma visita da delegação da cidade de Le Lamentin à Prefeitura de Salvador, em abril deste ano, quando foi discutido o estabelecimento de uma parceria entre as duas cidades.
O estreitamento das relações de Salvador com a cidade martinicana, segundo Leonel Leal, chefe de gabinete, que representou o prefeito João Henrique no evento, visa celebrar um triplo compromisso que a Prefeitura de Salvador tem com a capital baiana e seus habitantes. Além de valorizar as origens históricas da cultura baiana, que se mistura às tradições africanas, celebra o ano da França no Brasil e, também busca novas alternativas para o desenvolvimento econômico e cultural, desenvolvendo uma indústria criativa e não-poluente.
"As relações entre Salvador e Martinica não terminam com este evento, ao contrário, reforçam a produção cultural da moda com forte apelo às nossas origens, na medida em que cria espaço para estilistas e modelos locais", destacou Leal.
Localizada no centro da Ilha da Martinica, sob dependência da República Francesa, Lamentin apresenta características comuns às da capital baiana, a exemplo da forte presença da cultura afro. Trata-se da segunda cidade do departamento francês ultramarino e faz parte da região metropolitana de Fort-de-France, a capital da Ilha.. A Ilha de Martinica tem 1.774 quilômetros quadrados localizados nas Pequenas Antilhas, com 80 quilômetros de extensão e 39 quilômetros de largura.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A Lenda da Pemba


A artista visual Rosana Paulino está estreando como ilustradora de livros infantis, junto com Márcia Silva.O livro é muito interessante e trata de uma lenda importante, que conta um pouco da Pemba, material sagrado nas religiões de matriz afro-brasileira. Então, é aproveitar a leitura.

Descrição da obra :
A lenda da pemba, presente tanto no continente africano como em nosso país, narra a história de Mipemba, filha de um rei africano, que se apaixona por um jovem e não pode viver essa história romântica devido às tradições culturais de seu povo. Uma paixão impossível que cria uma das mais belas histórias da mística mundial sobre a crença no bem e na manutenção da felicidade, da harmonia e do amor. Imperdível!
A obra da Editora Larousse custa apenas R$ 22,50

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A Identidade da Mulher Negra na obra da artista Rosana Paulino

Olá pessoal,no texto postado abaixo, a artista Rosana Paulino é apresentada como uma artista contemporânea, que por ser negra, também trata da temática da mulher negra em seus trabalhos. Você irá conhecer um pouco mais dessa artista e algumas imagens da sua obra.Bons desdobramentos .

Rosana Paulino


Rosana Paulino (São Paulo SP 1967). Gravadora. Entre 1993 e 1995, faz estágio no ateliê de restauro de obras de arte do MAC/USP. Em 1994, freqüenta curso livre de gravura no ateliê do Museu Lasar Segall. Cursa artes plásticas na ECA/USP e torna-se bacharel em gravura em 1995. Na Inglaterra, faz estágio de aprimoramento em técnicas de gravuras, no London Print Workshop - LPW, com bolsa concedida pela Apartes/Capes em 1998. Possui obras nos acervos do MAM/SP, da Pinacoteca Municipal/Centro Cultural São Paulo e da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, São José dos Campos.


Rosana Paulino vive e trabalha em São Paulo, Brasil. Desde o início de sua carreira Rosana vem se destacando por sua produção ligada a questões sociais, étnicas e de gênero. Seus trabalhos têm como foco principal a posição da mulher negra dentro da sociedade brasileira. A artista participou de diversas exposições, tanto no Brasil como no exterior.Em 1998 a artista viaja para Londres com bolsa de estudos do governo brasileiro para especialização em gravura no London Print Studio. Atualmente, Rosana é doutoranda em Poéticas Visuais pela Escola de Comunicações e Artes da USP.
A identidade da mulher negra na obra da artista Rosana Paulino http://www.anpap.org.br/2008/artigos/028.pdf