domingo, 29 de novembro de 2015

Oficina de bonecas Abayomis na Escola Municipal HISTARTE

Histórico das Bonecas Abayomi
Quando os negros vieram da África para o Brasil como escravos, atravessaram o Oceano Atlântico numa viagem muito difícil. As crianças choravam assustadas, porque viam a dor e o desespero dos adultos. As mães negras, então, para acalentar suas crianças, rasgavam tiras de pano de suas saias e faziam bonecas com elas para as crianças brincarem. Essas bonecas são chamadas de Abayomi.
As Abayomi são pequenas bonecas pretas, feitas de pano e sem costur...a alguma, apenas com nós ou tranças.
A boneca Abayomi valoriza a cultura africana e contribui para o reconhecimento da cultura afro-brasileira, pois faz parte da herança cultural dos negros africanos para o Brasil.
O significado da palavra
Abayomi significa: encontro feliz, ou encontro precioso, aquele que traz felicidade e alegria.
Quando você dá uma boneca Abayomi para alguém, esse gesto significa que você está oferecendo o que você tem de melhor para essa pessoa.
A palavra Abayomi, do ioruba, significa aquele que traz felicidade e alegria. Quer dizer encontro precioso: abay = encontro e omi = precioso
O nome é comum na África, principalmente na África do sul, embora também seja encontrado com frequência até o norte da África, e mais raramente, no Brasil.
No Brasil, além de nome próprio, designa bonecas de pano artesanais, muito simples, a partir de sobras de pano reaproveitadas, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura e com mínimo uso de ferramentas, de tamanho variando de 2 cm a 1,50 m, sempre negras, representando personagens, de circo, da mitologia, orixás, figuras do cotidiano, contos de fada e manifestações folclóricas e culturais.
A história das Bonecas Abayomi, começou com Lena Martins, artesã de São Luiz do Maranhão, educadora popular e militante do movimento de Mulheres Negras, que procurava na arte popular um instrumento de conscientização e sociabilização. Logo, outras mulheres, de várias gerações, vindas de vários movimentos sociais e culturais, aprenderam com ela, juntaram-se e fundaram no Rio de Janeiro a Cooperativa Abayomi, em dezembro de 1988, dando continuidade ao trabalho desde então.
A cooperativa estimula as relações de cooperação e generosidade, o fortalecimento da auto-estima e reconhecimento da identidade afro-brasileira de negros e descendentes, buscando superar as desigualdades de gênero, integrando a cultural brasileira.





 

Lançamento do livro Moda e história :as indumentárias das mulheres de fé

Com fotografias de Pierre Verger - fotógrafo, antropólogo e pesquisador francês que viveu na Bahia e viajou por muitos países, conhecendo diferentes povos e culturas e estabelece, nos registros fotográficos presentes neste livro, um rico diálogo entre a África Ocidental, o golfo do Benim e o Recôncavo da Bahia, particularmente com a cidade do São Salvador. ...
As mulheres de fé, com toda a sua bela indumentária, são captadas em pleno desempenho de suas funções ou na manifestação de sua religiosidade, exemplos marcantes da relação entre o indivíduo, o sagrado e sua cultura - constituintes profundos de sua identidade. Como afirma o pesquisador Raul Lody, "os conceitos de beleza e de estética estão profundamente relacionados aos conceitos de pertencimento".
Muitas são as contribuições culturais dos povos africanos que, desde os tempos da escravidão, passaram a viver no Brasil. Heranças perpetuadas em práticas religiosas, comidas, músicas, danças, contos, mitos... todas revelam que o conceito de estética é permeado pelo sagrado como processo de pertencimento e de representação social.